Americanos pobres na noite da Louisiana Turistas ingleses assaltados em Copacabana Os pivetes ainda pensam que eles eram americanos Turistas espanhóis presos no Aterro do Flamengo Por engano Americanos ricos já não passeiam por Havana Viados americanos trazem o vírus da aids Para o Rio no carnaval Viados organizados de São Francisco conseguem Controlar a propagação do mal Só um genocida em potencial – De batina, de gravata ou de avental – Pode fingir que não vê que os viados – Tendo sido o grupo-vítima preferencial – Estão na situação de liderar o movimento para deter A disseminação do HIV
Americanos são muito estatísticos Têm gestos nítidos e sorrisos límpidos Olhos de brilho penetrante que vão fundo No que olham, mas não no próprio fundo
Os americanos representam grande parte Da alegria existente neste mundo
Para os americanos branco é branco, preto é preto (e a mulata não é a tal) Bicha é bicha, macho é macho Mulher é mulher e dinheiro é dinheiro
E assim ganham-se, barganham-se, perdem-se Cocedem-se, conquistam-se direitos Enquanto aqui embaixo a indefinição é o regime
E dançamos com uma graça cujo segredo nem eu mesmo sei Entre a delícia e a desgraça Entre o monstruoso e o sublime
Americanos não são americanos São velhos homens humanos Chegando, passando, atravessando São tipicamente americanos
Americanos sentem que algo se perdeu Algo se quebrou, está se quebrando
Compositor: Caetano Emmanuel Viana Teles Veloso (Caetano Veloso) (UBC)Editor: U N S (UBC)Administração: Warner Chappell Edicoes Musicais Ltda (UBC)Publicado em 1992 (01/Out)ECAD verificado obra #4408162 e fonograma #13126 em 11/Abr/2024 com dados da UBEM