Toda vez que eu viajava pela Estrada de Ouro Fino de longe eu avistava a figura de um menino que corria a abrir a porteira e depois vinha me pedindo: - Toque o berrante, seu moço, que é pra eu ficar ouvindo.
Quando a boiada passava e a poeira ia baixando, eu jogava uma moeda e ele saía pulando. - Obrigado, boiadeiro, que Deus vá lhe acompanhando por aquele sertão afora meu berrante ia tocando.
Nos caminhos desta vida muito espinho eu encontrei, mas nenhum calou mais fundo do que isso que eu passei Na minha viagem de volta qualquer coisa eu cismei Vendo a porteira fechada, o menino não avistei.
Apeei do meu cavalo num ranchinho à beira chão Vi uma mulher chorando, quis saber qual a razão -Boiadeiro, veio tarde, veja a cruz no estradão Quem matou o meu filhinho foi um boi sem coração!
Lá pras bandas de Ouro Fino, levando gado selvagem quando passo na porteira, até vejo a sua imagem Seu rangido tão triste mais parece uma mensagem Daquele rosto trigueiro desejando-me boa viagem.
A cruzinha no estradão do pensamento não sai Eu já fiz um juramento que não esqueço jamais Nem que meu gado estoure, e eu precise ir atrás Neste pedaço de chão, berrante eu não toco mais.
Compositores: Luiz Raymundo (Luizinho) (UBC), Teddy Vieira Azevedo (Teddy Vieira) (UBC)Editor: Universal Music Publishing Mgb Brasil Ltda (UBC)Publicado em 2015 (16/Set) e lançado em 2015 (15/Out)ECAD verificado obra #1607 e fonograma #11947760 em 29/Out/2024 com dados da UBEM